quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

um fruto


Como todos os dias, quando uma hora qualquer marcava o momento do dia, o momento de escrita, de transposição de sentimentos.
Uma hora qualquer marcava um compasso suave, doce. Uma hora qualquer marcava a abertura daquele maravilhoso diário. Ela escrevia o que a alegrava, o que a entristecia. Ela simplesmente escrevia as suas amarguras, frustrações para se ver livre delas. Ela simplesmente colocava em palavras as suas alegrias.
Uma hora qualquer marcava a paciência daquele companheiro, o silêncio daquele caminhante, o cuidado para não a incomodar.
Outra hora marcava o termo da escrita. Nesta outra hora qualquer ela deixava as maravilhosas páginas abertas, sem capa, sem fechadura, sem chave, folhas soltas. À mercê de quem as quisesse tocar, sentir… Ler. Folhas das quais o caminhante nunca tocara, nunca sentira, nunca violara…
O fruto proibido é o mais apetecido!